Reprodução Humana

A área de reprodução humana busca diagnosticar e tratar condições que afetam a capacidade reprodutiva, oferecendo desde orientações sobre fertilidade até técnicas avançadas de reprodução assistida para auxiliar casais na concepção.

Namoro Programado

O namoro ou coito programado é uma estratégia da medicina reprodutiva destinada a casais que enfrentam desafios na concepção natural.
Essa abordagem envolve a identificação do período fértil da mulher, seja por meio do monitoramento do ciclo menstrual associado à indução da ovulação com medicamentos hormonais injetáveis ou via oral, ou pelo acompanhamento do ciclo natural, ambos assistidos por ultrassom. A ovulação pode ser disparada com o auxílio de medicamentos, se necessário.
Durante o período fértil identificado, o casal é aconselhado a manter relações sexuais programadas, otimizando as chances de fecundação.

As principais indicações de namoro programado são para casos de distúrbios leves de fertilidade, como:
• Mulheres com desafios na ovulação, mas cujos exames de sêmen e tubas uterinas são normais.
• Mulheres com síndrome do ovário policístico.
• Casais com agendas incompatíveis, resultando em relações fora do período fértil e reduzindo chances de sucesso na concepção.

As taxas de sucesso variam, mas, sob condições ideais, podem atingir cerca de 15-20% por ciclo, dependendo de diversos fatores individuais e de saúde reprodutiva do casal.

Inseminação Intrauterina

A inseminação intrauterina (IIU) é uma técnica de medicina reprodutiva que visa facilitar a fecundação ao posicionar espermatozoides diretamente no útero da mulher.
O procedimento envolve a indução da ovulação com medicação hormonal e acompanhamento do ciclo da mulher via ultrassom. Ao ser identificado o momento da ovulação, o homem coleta o sêmen em laboratório, onde ele é processado e então levado até a clínica.
A introdução do sêmen no útero durante o período fértil facilita o encontro entre espermatozoide e óvulos.
Essa técnica também pode ser utilizada por mulheres que desejam a maternidade independente ou casais homoafetivos femininos, sendo necessário nesses casos o uso do banco de sêmen.

As principais indicações para a IIU incluem distúrbios leves de fertilidade, como:
• Falha em tentativas anteriores de namoro programado.
• Infertilidade sem causa aparente (ISCA).
• Endometriose mínima ou leve.
• Mulheres com problemas de ovulação, mas com tubas uterinas normais.
• Alteração seminal leve.

A taxa de sucesso varia dependendo das condições específicas do casal, mas geralmente, as taxas de gravidez podem atingir até 20-25% por ciclo de tratamento. A idade avançada da mulher pode reduzir as taxas de sucesso.

Fertilização In Vitro

A fertilização in vitro (FIV) na medicina reprodutiva é um avançado procedimento que busca superar desafios na concepção ao realizar a fertilização fora do corpo, em laboratório.
O processo envolve a estimulação ovariana para produção de múltiplos óvulos, coleta desses óvulos e do sêmen, fertilização em laboratório, e transferência de embriões ao útero materno.

A FIV oferece diversas opções, conforme necessidade individuais, que podem ser:
• FIV Clássica: os espermatozoides são colocados em um meio junto com o óvulo para que um deles faça a fecundação.
• Mini-FIV: se diferencia da FIV Clássica por ser realizada com uma quantidade menor de hormônios para indução da ovulação.
• ICSI: um espermatozoide selecionado é injetado dentro do óvulos para fecundação.

Alguns casos podem ainda se beneficiar da biópsia embrionária, que é realizada para análise genética antes da transferência e aumenta as chances de sucesso para os casos em que é indicada.

Indicações principais para a FIV incluem:
• Falhas anteriores em tratamentos de fertilidade.
• Tubas uterinas obstruídas ou laqueadura.
• Endometriose e adenomiose em diferentes graus.
• Problemas seminais moderados a graves.
• Casais homoafetivos.
• Mulheres que desejam a produção independente.

As taxas de sucesso variam, mas geralmente situam-se em torno de 30-40%, dependendo das condições individuais, e aumentam após uma ou mais tentativas falhas.

Congelamento de óvulos

O congelamento de óvulos é uma técnica avançada de preservação da fertilidade feminina, especialmente indicada para mulheres que desejam adiar a maternidade. O procedimento é mais eficaz quando realizado antes dos 35 anos, idade em que a quantidade e qualidade dos óvulos são geralmente mais favoráveis.

O processo inicia-se com a indução da ovulação, seguida pelo acompanhamento do desenvolvimento dos folículos ovarianos. A coleta dos óvulos ocorre no momento oportuno, em ambiente hospitalar, com o auxílio de sedação e anestesia. No mesmo dia, a paciente é liberada já ciente da quantidade de óvulos coletados.

Indicações para o congelamento de óvulos incluem:
• Diagnóstico de condições médicas que podem afetar a fertilidade.
• Tratamentos médicos, como quimioterapia, que podem comprometer a função ovariana.
• Mulheres com baixa reserva ovariana.
• Preservação da fertilidade diante de decisões pessoais, como adiar a maternidade.

Os óvulos podem ser congelados por tempo indefinido, e quando a mulher decide utilizá-los, passam pelo processo de descongelamento. Caso não sejam utilizados, há a opção de descarte ou doação.

O congelamento de óvulos é particularmente crucial para mulheres diante da indecisão sobre a maternidade ou quando a idade avançada compromete a previsão de gestação, preservando assim a possibilidade futura de conceber de maneira saudável e segura. Essa abordagem oferece autonomia às mulheres em suas escolhas reprodutivas, proporcionando tranquilidade diante das incertezas do futuro.

Oncofertilidade

A oncofertilidade emerge como uma área crucial na medicina, oferecendo a mulheres e homens diagnosticadas com câncer a oportunidade de preservar sua capacidade reprodutiva antes de iniciar tratamentos oncológicos.
Diante dos desafios que terapias como quimioterapia e radioterapia podem apresentar à fertilidade, a preservação de óvulos, tecido ovariano, embriões ou sêmen representa uma valiosa estratégia para esses pacientes que desejam construir suas famílias após superarem o câncer.
O processo de preservação envolve a coleta e criopreservação dos gametas, embriões ou tecido, permitindo que o paciente mantenha suas opções reprodutivas mesmo diante dos impactos potenciais dos tratamentos. Esse avanço possibilita que mulheres e homens enfrentem a batalha contra o câncer com a esperança de um futuro onde a maternidade e paternidade ainda é uma possibilidade.
A oncofertilidade não apenas viabiliza a preservação do sonho de ter filhos após o tratamento oncológico, mas também contribui para a qualidade de vida e bem-estar emocional dos pacientes, proporcionando uma visão positiva e esperançosa para o futuro reprodutivo. Essa abordagem multidisciplinar destaca-se como uma ferramenta essencial na trajetória de pacientes que enfrentam o câncer, oferecendo não apenas tratamento, mas também a chance de construir uma família após a superação da doença.

Casais homoafetivos

A evolução da medicina reprodutiva proporcionou avanços significativos, possibilitando que casais homoafetivos tenham acesso a uma variedade de tratamentos para realizar o sonho da maternidade e paternidade biológica.
As técnicas de reprodução assistida têm se mostrado uma ferramenta valiosa para esses casais, permitindo que explorem opções como a inseminação artificial com doador de esperma, a fertilização in vitro (FIV) utilizando óvulos doados ou de uma das parceiras, e a gestação de substituição, onde uma mulher gesta o embrião biológico do casal.
A alta tecnologia em tratamentos reprodutivos oferece aos casais homoafetivos a oportunidade de conceber filhos biológicos, proporcionando uma experiência única e emocionalmente significativa.
A escolha entre as opções de tratamento dependerá das circunstâncias individuais do casal, permitindo uma abordagem personalizada para alcançar o objetivo. Com essas alternativas avançadas, a medicina reprodutiva continua a desempenhar um papel vital na promoção da diversidade familiar, garantindo que casais homoafetivos possam explorar e realizar seus desejos de ter filhos biológicos.

Ultrassom de acompanhamento de ovulação

O ultrassom de acompanhamento de ovulação é uma ferramenta valiosa nos tratamentos reprodutivos, desempenhando um papel crucial ao monitorar o ciclo menstrual e identificar o momento propício para a ovulação. Esse procedimento é especialmente relevante em procedimentos de reprodução assistida no qual a precisão do momento da ovulação é essencial para o sucesso do tratamento.
Durante o ultrassom de acompanhamento, são realizadas avaliações detalhadas dos ovários, útero e folículos ovarianos, permitindo que a médica especialista em reprodução humana observe o desenvolvimento folicular e determine o timing ideal para a ovulação. Esse monitoramento próximo oferece informações importantes para otimizar o momento da inseminação ou da coleta de óvulos, aumentando as chances de sucesso do tratamento, e também para indicar o melhor momento para ter relações sexuais em uma concepção natural.
Em resumo, o ultrassom de acompanhamento de ovulação desempenha um papel essencial nos tratamentos reprodutivos, permitindo uma abordagem mais personalizada e precisa para maximizar as chances de concepção bem-sucedida.

Ultrassom de contagem de folículos antrais

O ultrassom de contagem de folículos antrais é uma ferramenta fundamental na avaliação da reserva ovariana, desempenhando um papel essencial em tratamentos reprodutivos e na compreensão da fertilidade feminina. Durante o exame, realizado geralmente no início do ciclo menstrual, o especialista em reprodução humana observa os folículos antrais, pequenas cavidades ovarianas que abrigam os óvulos imaturos.
A contagem de folículos antrais fornece informações valiosas sobre a quantidade dos óvulos disponíveis nos ovários. Essa avaliação é particularmente relevante em casos de tratamentos de fertilidade, onde a resposta ovariana ao estímulo hormonal é um fator determinante para o sucesso, ou até mesmo para considerar o congelamento de óvulos.
É crucial considerar a contagem de folículos antrais em conjunto com dois outros marcadores importantes: o FSH (hormônio folículo-estimulante) e o AMH (hormônio anti-Mülleriano).
A avaliação conjunta desses três marcadores proporciona uma abordagem mais abrangente e personalizada na compreensão da fertilidade e no planejamento de tratamentos reprodutivos. O ultrassom de contagem de folículos antrais destaca-se como um instrumento valioso na jornada para alcançar a concepção, permitindo uma visão detalhada da saúde reprodutiva da mulher.